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MEIMEI BASTOS
( BRASIL – DISTRITO FEDERAL )
Meimei Bastos nasceu na Ceilândia, Distrito Federal, em 14 de agosto de 1991. É atriz, arte-educadora e escritora slammer. Sua atuação no cenário cultural compreende a organização de saraus, cine clusbes, oficinas, debates e outros eventos ligados à juventude negra e à população periférica. Destacou-se sobre, em Slams (batalhas de poesia falada), coordenando e produzindo o Slam “-brada.
Publicou o primeiro livro de poema se 2017, pela editora Malê, intitulado Um verso e Mei. (... ) Meimei tem voz poética forte, marcante, incisiva.
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ARAÚJO, SANDRA, compilação de. (Re)versos: a poesia feminina de Brasília. Direção editorial e arte da capa: Alessandro Eloy Braga. Brasília: Coelhos da Selva Editores, 2022. 100 p.
ISBN 978-65-00-24694-0 [Inclui as poetisas: Margarida Patriota, Astrid Cabral, Lina Tâmega Peixoto, Noélia Ribeiro, Ana Maria Lopes, Meimei Bastos, Tatiane Nascimento, Karla Calasans, Cristiane Sobral, Nathália Coelho, Alessandra Matias Querido e Luciana Fauber.
Ex. biblioteca de Antonio Miranda
UNIQUEBRADA
Quebrada
uni-vos!
Ainda
Que distante
todos os dias
logo
cedo partimos
por estradas outras mas o mesmo destino,
piloto.
EIXO
tinha um Eixo atravessado o meu peito,,
tão grande que cortava minha alma L2
Sul e Norte
uma w3 entalada na garganta virou um nó
eles têm o Parque da Cidade.
nós, as Três Meninas.
eles, a Catedral.
nós, a Santa Luzia.
eles, as Super Quadras,
nós, a Rocinha.
eles, Fonte Luminosa.
nós, Chafariz.
eles, Noroeste.
nós, Santuário.
eles, sudoeste.
nós, Sol Nascente
eles, o Lago Paranoá
nós, Águas Lindas.
Sou filha da Maria, que não é santa e nem puta.
Nasci e me criei num Paraíso que chamam de Val
e me formei na Universidade Estrutural.
não troco o meu Recanto de Riacho Fundo
e Samambaias verdes
pelas tuas Tesourinhas.
essa Bras (ilha) não é minha,
porque eu sou Planalto,
e sou periferia!
eu não sou concreto,
eu sou quebrada.
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AÍ É QUE SÃO ELAS II – Poesia feminina atual. Organização: José Luz do
Nascimento Sóter. Brasília, DF: SEMIM Edições, 2024. 183 p.
ISBN 978-65-980743-5-7
Exemplar da biblioteca de Salomão Sousa.
AOS DE CORAGEM
o contorno de giz
do corpo sem vida
estendido no chão.
aquele corpo
também é
meu.
é meu o ferro no sangue
que se funde em grade.
anêmica,
quase
meio
sem vida,
perambulo
pelas vielas,
entre esgotos
e escombros.
minha derme
berra tua sede,
sente teus gritos,
enxerga tua dor,
enquanto enxugo
tuas lágrimas.
sua gente
clama por mim.
eu os desejo.
quero gerar teus filhos,
frutos,
e flores.
não demoro e atendo ao teu chamado.
virei e em seus lares me receberão.
feito as mães
me alimentarão
com o próprio sangue
e me darão um nome.
nos seus risos e punhos
farei morada
e quando do casulo das lutas florescer
e partir as correntes que te aprisionam,
dançaremos juntos os sonhos das primaveras.
seus olhos nos meus.
um horizonte.
serei somente tua
e do teu povo
e não mais me apartarei de ti.
IMPORTANTE
NO livro AÍ É QUE SÃO ELAS II estão outros poemas de
MEIMEI BASTOS e de outras escritoras!!!
[Poemas extraídos do livro Um verso e Mei, 2017]
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Página publicada em junho de 2024
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